quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A lenda da expressão



A máscara da censura recai sobre as verdades ao sabor dos acontecimentos. A relação entre o Estado e a imprensa existe desde o surgimento dos jornais e folhetins. Esse conturbado casamento impede a imparcialidade dos jornais uma vez que livre do Estado o jornal depende dos patrocinadores e corre o risco de perder verbas por querer denunciar possíveis fraudes. Sendo assim o conceito de liberdade deve dar direito para que todos publiquem suas idéias, mesmo que venha a ferir o próprio ego. 

Há séculos o jornal foi transformado em instrumento de luta ideológica, onde objetivamente eram impostos regulamentos que feriam à liberdade de imprensa. Não era possível ter acesso nem divulgar ideias e informações que revelassem novas verdades dentro da sociedade. A deturpação dos veículos de mídia fomentou-se pela subjetividade de figuras políticas, partidos, empresas e até pelo próprio veículo de comunicação para publicar e praticar eufemismo de suas próprias atividades. Especialmente no Brasil, em 1964 iniciou-se o golpe militar e junto com ele a censura. Foi decretado a proibição da publicação de qualquer pensamento, crítica ou texto noticioso que dissesse respeito ao governo ou à ditadura militar. Surgiram protestos implícitos em textos para que o público obtivesse informações críticas ao governo, receitas culinárias estranhas, músicas do Chico Buarque de Hollanda e Gilberto Gil entre tantos outros artistas que fomentavam à liberdade de expressão. 

A falácia encarrega-se de tornar determinada ideologia (que pode ser falsa), ou a própria vontade, objetos de embasamento da verdade global. Isso reduz a história do compromisso com a verdade que a mídia diz ter, onde através da retórica, se reflete para qual caminho os veículos de mídia se inclinam, delineados pelos patrocinadores. Antes de um veículo midiático ser independente, os jornalistas que formam o alicerce daquele, deve ser crítico e liberto das ideologias privadas. A realidade vem em contraste dessa utopia: a censura mudou sua forma, mas ainda está infiltrada no sistema e sustentando a barreira que não deixa a tão sonhada liberdade de imprensa concretizar-se de fato.



*Produzido no segundo semestre da faculdade, para a disciplina de Redação II. Professora Marília Maciel.